Artrose

Artrose

A artrose foi durante muito tempo, considerada uma doença degenerativa caracterizada pelo desgaste da cartilagem articular que provoca lesões irreversíveis. No entanto, vários estudos actuais demonstraram uma componente inflamatória importante associada à artrose. Hoje em dia, é classificada como sendo uma doença articular.

Muitas vezes associada à velhice, a artrose pode na verdade aparecer em qualquer idade. Dores articulares, perda de flexibilidade e de mobilidade… a artrose é a doença reumática mais frequente e representa a segunda causa de invalidez.

A artrose: para o interesse de todos!

A artrose é a doença articular mais difundida, afeta 17% da população. Em 2030, estima-se que afetará 22% das pessoas.

Os custos relativos aos tratamentos dos pacientes estão também em constante aumento com 3,5 mil milhões de euros gastos em 2010, contra mil milhões de euros em 1993.


Ao contrário daquilo que se pensa, a artrose não afeta só as pessoas idosas! Durante muito tempo foi considerada uma fatalidade relacionada com o envelhecimento, e apesar desta incidência aumentar com a idade, a doença afeta todas as gerações.

Os números demonstram-no: a artrose afeta 65% das pessoas com mais de 65 anos e 80% com mais de 80 anos mas também 3% das pessoas com menos de 45 anos.

Um mal localizado

A artrose afeta todas as articulações, no entanto, alguns locais são mais frequentes do que outros. Ombro, cotovelo, pulso e tornozelo não são tão atingidos enquanto que a coluna vertebral, o joelho, a mão e a anca são alvos privilegiados.

Alvo da artrose, a cartilagem

A artrose é uma doença que afeta a cartilagem, que cobre os ossos das articulações (para saber mais sobre a composição das articulações, consulte o nosso dossier bem-estar sobre as articulações).

Esta cartilagem possui propriedades mecânicas únicas que lhe permitem resistir às inúmeras pressões e deformações ao longo da vida sem ser danificada.

Este tecido renova-se constantemente graças a células específicas, os condrócitos, pela neo-síntese de compostos da matriz extracelular da cartilagem.

Esta renovação envolve um perfeito equilíbrio dos condrócitos entre a destruição e a produção de matriz indispensável para a boa saúde da cartilagem.

O que acontece no caso de artrose?

A artrose caracteriza-se por vários tipos de danos:

 As lesões formam-se na cartilagem, a sua espessura diminui, fissura-se e esta acaba por desaparecer. A articulação fica alterada de forma irreversível.

 A erosão da cartilagem produz pequenos fragmentos que se desprendem da cápsula articular. Provoca uma inflamação da membrana sinovial e uma secreção de líquido que se traduz por um edema.

 A diminuição da espessura da cartilagem provoca uma aproximação das superfícies articulares ósseas que ficam diretamente em contacto (redução do espaço articular) e desgastam-se sobre o efeito de fricção: o osso fica atingido. Isto provoca desconfortos funcionais por vezes dolorosos podendo chegar a perda de mobilidade articular.

Sob o efeito da pressão exercida pela redução articular, crescimentos ósseos formam-se nas extremidades da articulação, os osteófitos ou ”bicos de papagaio”, pela sua forma visível nas radiografias. São responsáveis por deformações articulares das mãos.

A inflamação no coração da artrose

A artrose foi muito tempo considerada como uma doença degenerativa não inflamatória. No entanto, estudos recentes demonstraram que por detrás da destruição da cartilagem e das dores esconde-se, na realidade, uma componente inflamatória que tem um papel importante.

A inflamação é um mecanismo de reação normal do organismo face a uma agressão. Na maior parte do tempo, serve para eliminar os vírus ou bactérias pela produção de moléculas pró-inflamatórias, as citoquinas.

A artrose é provocada pela inflamação “anormal” dos condrócitos provocada pelo impacto de traumatismos (solicitações repetidas da articulação, desporto e choques, trabalhos manuais) mas também por um terreno genético e fatores ambientais ainda mal conhecidos.

Os condrócitos inflamados fabricam citoquinas pró-inflamatórios que se expandem pela articulação (cartilagem, líquido sinovial e membrana sinovial) perturbando a síntese da matriz da cartilagem e provocam a dor.

Estes condrócitos sintetizam também enzimas, nomeadamente as colagenases que digerem e destroem a cartilagem. O equilíbrio fica quebrado: a destruição vence em relação à formação.

Um verdadeiro círculo vicioso instala-se, com este processo inflamatório, porque as lesões resultantes da destruição da cartilagem mantêm o estado inflamatório da articulação.

De onde vem a dor?

As dores da artrose não estão diretamente relacionadas com os danos da cartilagem porque esta não é inervada. Provém das estruturas situadas na proximidade, tais como osso, a membrana sinovial, mas também os tendões e os ligamentos.

De facto, a inflamação atinge os tecidos circundantes e estimula as terminações nervosas que ficam hipersensíveis.

A acidez grande inimigo das articulações!

De facto, um terreno ácido é favorável para um agravamento das lesões articulares: no entanto, com o excesso de acidez nos tecidos, o organismo vai buscar nas suas reservas os minerais desacidificantes. Os minerais alcalinos dos ossos e das articulações também são sacrificados aumentando a fragilidade destes tecidos.

Quais as soluções para a artrose?

Até agora não existe qualquer tratamento para artrose que cure. Os tratamentos disponíveis são unicamente sintomáticos e têm por objetivo aliviar a dor. Muitas vezes, o primeiro reflexo é recorrer aos antálgicos e anti-inflamatórios, mas os efeitos indesejados são diversos sobretudo no sistema digestivo.

Outras alternativas terapêuticas existem tais como as infiltrações de ácido hialurónico (visco suplementação), e até mesmo a cirurgia (lavagem articular) e colocação de próteses, mas necessitam de intervenções bastante pesadas.

Felizmente, existem compostos naturais que permitem a proteção das cartilagens a fim de atrasar estas intervenções e diminuir a toma de medicação (dossier bem-estar sobre as articulações).